Trabalhadores da Unicamp decretam greve

Insatisfeitos com o reajuste oferecido pelo Cruesp e os cortes de verbas, trabalhadores entrarão em greve dia 23/05 (segunda-feira)

Os trabalhadores da Unicamp decretaram greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia geral convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) realizada na tarde dessa quarta-feira (18). O movimento paredista terá início nesta segunda-feira (23).
A justificativa dos trabalhadores é o baixo índice de reajuste salarial oferecido aos professores e funcionários e a política de cortes de verba implantada pelo reitor José Tadeu Jorge através da GR 10/2016.
O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) apresentou em reunião com o Fórum das Seis Entidades a proposta de 3% (a partir de maio/2016) de reajuste aos professores e funcionários técnico-administrativos. O índice proposto foi recebido com insatisfação pela categoria porque está muito abaixo da inflação e dos 12,34% reivindicados na pauta da Campanha Salarial Unificada. A reunião de negociação foi realizada em São Paulo nessa segunda-feira (17). O Fórum das Seis Entidades reúne as entidades representantes das comunidades universitárias da Unicamp, USP e Unesp – sindicatos, DCE’s e associações docentes.
O diretor do STU, Antonio Alves Neto explica que “além dos cortes apresentados pela reitoria da Unicamp, que atinge diretamente os trabalhadores técnico-administrativos, a proposta de índice de 3% apresentada pelo Cruesp na reunião de negociação, não contempla a reivindicação da categoria”.
É importante ressaltar que o ICV-DIEESE de maio/2015 a abril/2016 totalizou 9,34%. Somados aos 3% para recuperação de parte das perdas acumuladas, o índice reivindicado pelos trabalhadores das três universidades paulistas é de 12,34%.
A verdade é que os funcionários estão com o salário defasado há dois anos por falta de reposição da inflação e o corte de verbas representa um ataque aos trabalhadores e, principalmente, à Educação Pública.
“A falta de atenção que a administração da universidade tem em relação aos trabalhadores tem causado indignação nos funcionários. Todos os cortes são em cima dos trabalhadores, a falta de contratação para reposição de vagas gera acúmulo e pressão no ambiente de trabalho e a gestão não prioriza as condições de trabalho. Um exemplo é a Área da Saúde que sofre com materiais e equipamentos de péssima de qualidade e fora de padronizações, redução da equipe de trabalho e a superlotação no atendimento do serviço”, explica a diretora do sindicato, Margarida Barbosa.
De acordo com a diretora do STU, Adriana Stella “a greve é necessária para lutarmos pela defesa da Educação que está sendo sucateada em nosso Estado e pela defesa do serviço público e gratuito que está sob ameaça com os projetos de leis que estão em curso. Por esse motivo, nós trabalhadores, decidimos sair em luta contra a retirada de direitos e contra os cortes na Unicamp nesta Campanha Salarial”.
Ainda hoje a reitoria será oficializada da decisão da assembleia e passa a contar o prazo legal da Lei de Greve que prevê notificação com antecedência mínima de 72 horas para atividades essenciais e 48 horas para as demais atividades.
Nessa sexta-feira (20), às 12h, será realizada uma reunião de Comando de Greve para organização do movimento.
Vale destacar que a próxima reunião de negociação entre o Fórum das Seis Entidades e o Cruesp acontece dia 30 de maio (segunda-feira), em São Paulo.
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NOTA DA UNICAMP
A propósito da greve aprovada em assembléia do Sindicato dos Servidores da Unicamp (STU) nesta quarta-feira (18), informamos o seguinte:
1. A Unicamp reafirma o seu propósito de amplo diálogo com as entidades representativas dos servidores.
2. A Universidade reitera, ainda, proposta apresentada no dia 16 de maio, por meio de comunicado oficial, cujo teor segue no link abaixo:
Comunicado do Cruesp : clique aqui
Assessoria de Imprensa Campinas, 18 de maio de 2016
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