Fecha Corpo, Boi Falô e Lavagem da Escadaria marcam feriado da Páscoa


Chegando à sua 13 ª edição, a Festa do Fecha Corpo – conhecida por oferecer uma cachaça temperada com sete ervas e que, segundo a lenda, é capaz de espantar todo mal-olhado – lançou a Cerveja Fecha Corpo. Fabricada de forma artesanal, a bebida, que atraiu a atenção de todos os convidados, foi produzida com guiné, carqueja, cravo, canela, alecrim, arruda e alho.
Essas mesmas ervas também dão um gostinho todo especial à Pinga Fecha Corpo que começa a ser curtida, em um barril de carvalho, 40 dias antes da famosa festa que, neste ano, atraiu pelo menos 1,5 mil pessoas. O encontro foi em um bar localizado na Rua Ângelo Vicentim, no centro do distrito. Para animar os convidados, um palco foi montado para apresentação de uma dupla sertaneja.

Boi Falô
Poucos minutos após as 8h, dezenas de pessoas já se aglomeravam em fila, na frente da Escola Barão Geraldo de Rezende. Todos à espera de comer a tradicional macarronada com molho de anchova, que há 20 anos é servida para a população. Para dar conta de tantos participantes foram arrecadados uma tonelada de macarrão, 400 litros de molho de tomate, 25 quilos de queijo ralado e cinco quilos de sardela. A preparação e a distribuição aconteceu com a ajuda de 50 voluntários.
“Essa festa é mais forte do que o Carnaval. O Carvanal acontece em todo lugar, mas esta é só aqui e remete à história de Barão Geraldo”, disse o secretário de Cultura, Ney Carrasco. Diz a lenda que, na Sexta-Feira Santa de 1888, o escravo Toninho, que trabalhava na Fazenda Santa Genebra foi ordenado por seu capataz a preparar um boi para arar a terra. Na ocasião, o animal descansava à sombra de uma árvore e não atendia aos chamados do escravo.
Bravo, por ter de deixar o seu descanso para trabalhar, o boi teria mandado um recado ao escravo. “Hoje é dia Santo, é dia do Senhor, não é dia de trabalho”. O fato gerou a lenda do Boi Falô.

Lavagem Escadaria
Representantes de entidades ligadas às religiões afro-brasileiras se reuniram na manhã do último sábado, 4 de abril, em frente à Catedral Metropolitana de Campinas, para a tradicional lavagem das escadarias. O evento acontece na cidade há três décadas e contou com a participação de aproximadamente 300 representantes de terreiros de umbanda e candomblé de Campinas e cidades vizinhas.
Os preparativos tiveram início na Estação Cultura por volta das 10h. Carregando 200 vasos com crisântemos brancos e água de cheiro, eles desceram a Rua 13 de Maio, cantando e dançando músicas afro. O desfecho aconteceu três horas depois, em frente à igreja matriz, com a lavagem da escadaria e a distribuição de flores para a população que prestigiava o evento.
A lavagem da escadaria acontece aos sábados de Aleluia e é uma tradição das comunidades de candomblé em todo o Brasil. Promovendo a mensagem de diálogo com outras religiões, o ritual este ano utilizou 100 litros de água, alfazema, além das flores.
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